Love Game | Cap. 042

1 mês havia se passado desde a primeira vez que eu fumei crack. Eu estava completamente viciada naquilo, eu não conseguia mais parar.
Estava em casa sem fazer nada, apenas esperando o Lil chegar com mais algumas. Jake começou a chorar e eu me irritei. Fui até o quarto. Ele não parava de chorar de jeito nenhum e com a minha irritação eu acabei dando um tapa nele. Parei o que eu fiz e fiquei sem reação. Eu realmente fiz aquilo? Comecei a chorar e peguei Jake em meu colo.
Fiz carinho onde eu tinha batido e chorei muito de arrependimento. Logo ele adormeceu e a marca levemente avermelhada em seu rosto saiu. O coloquei no berço e ouvi a campainha tocar. Fui até lá e abri a porta um pouco impaciente sem olhar pra cara do Lil.

Você: Está bem Lil, muito obrigada pode saindo.

Tomei algo das mãos dele mas não era o que eu pensava. Peguei as chaves de um carro. Olhei para cima e vi que era Justin.

Jus: Que? -merda merda merda, pensa numa desculpa, rápido-
Você: To brincando besta.

Ele riu e entrou.

Jus: Onde estão os bebês?
Você: No quarto.

Justin foi até lá vê-los. Fiquei nervosa, porque logo mais Lil estaria aqui e eu não tinha como avisá-lo. Fui até o quarto e vi Justin com olhos fixos no Jake.

Jus: Por que o rosto dele tá um pouco vermelho?
Você: Ah, é que ele dormiu em cima de um dos brinquedinhos.
Jus: Ah, entendi.

Hanna chorou e Justin a pegou no colo. Eu nunca havia reparado, mas agora que eu o vi a pegando no colo, eu percebi como ele tem jeito com crianças.

Jus: Eu vi aqui ver se eu posso levá-los lá em casa. É que a minha mãe queria passar um tempo com eles também e...
Você: Claro. -Respondi interrompendo-o-. Vai ser até bom porque eu vou poder descansar um pouco.
Jus: Verdade.

Ele deu uma risadinha e Jake acordou. Peguei-o no colo e então eu e Justin ficamos conversando. Foi uma conversa completamente normal e tranquila, sem aquelas de "volta pra mim?" ou "quando você quiser você pode voltar pra nossa antiga casa". Foi uma conversa normal, de amigos. Eu realmente precisava daquilo.

Jus: Trouxe um presente pra eles. Na verdade foi minha mãe que escolheu, porque eu não fazia ideia do que comprar. -Eu ri.
Você: E o que é?
Jus: Um tapetinho. Depois nós estendemos e colocamos eles pra brincar.
Você: Bom, eu vou ir arrumando a bolsa dele.
Jus: Quer ajuda?
Você: Sim. Vem, vamos deixá-los no tapetinho.

Era um tapete pequeno que tinha um arco que passava por cima cheio de brinquedinhos.
Após os colocarmos, Justin ficou os olhando por um tempo.

Você: O que foi?
Jus: Eles são muito lindos!
Você: São mesmo.

Timidamente, Justin passou um braço pelo meu ombro e hesitou um pouco, mas eu não me importava mais. Cheguei mais perto dele e deitei minha cabeça em seu ombro. Ele deu um leve e um pouco demorado beijo na minha cabeça e deitou a dele sobre a minha. Ficamos ali observando os bebês se divertindo muito e então resolvemos tirar uma foto para postar no instagram.

Justin postou:

@justinbieber: Acho que duas pessoinhas gostaram do presente! :)

Você postou:

@candygirl: coisas gostosas da mamãe! :3

Na hora as pessoas souberam que estávamos juntos e comentaram muitas coisas à respeito, mas eu e Justin resolvemos ignorar. Eu peguei a bolsa do Jake e comecei a arrumar.

Você: Justin, pega as mamadeiras por favor.
Jus: Onde está?
Você: No armário de copos.

Eu continuei arrumando as roupinhas e logo em seguida ele chegou com as mamadeiras.

Jus: Aqui.
Você: Lá tem tudo pra fazer o leite?
Jus: Acho que sim.
Você: Melhor ligar pra sua mãe e perguntar, não vou deixar meus filhos morrerem de fome né? -Ele riu.
Jus: Verdade. Só um minuto.

Ele saiu do quarto dos bebês e foi para a cozinha. Ouvi a campainha e logo imaginei que fosse o Lil. Fui até lá e abri a porta. Bingo.

Lil: Então gatinha, vai querer quantas?
Você: Shiiiu.
Lil: O que foi? -abaixando a voz.
Você: Justin está aqui.
Lil: E você não me avisa?
Você: Ele chegou de surpresa. Tem como passar aqui mais tarde?
Lil: To o dia todo livre hoje.
Você; Vai embora, quando der pra você vir eu te ligo.
Lil: Certo.

Ele saiu e eu entrei novamente. Fechei a porta vagarosamente e me agachei ao lado dos meus bebês. Como eu tive coragem de bater no rosto de Jake? Não sei. Só sei que eu senti vontade de me espancar agora por ter feito algo tão frio, covarde e cruel. Justin chegou na sala.

Jus: Minha mãe disse que tem tudo lá.
Você: Ok. Então eu vou terminar de fazer a bolsa do Jake e começar a da Hanna.

Saí da sala e fui até o quarto dos bebês. Terminei a bolsa do Jake e arrumei a da Hanna. Assim que terminei as duas fui para a sala e encontrei Justin.

Jus: Terminou?
Você: Sim.
Jus: Bem, então me ajuda a descer com eles?
Você: Claro.

Peguei Hanna no colo e Justin pegou Jake. Cada um pegou uma bolsa e então descemos. Quando chegamos no estacionamento do prédio, haviam alguns paparazzi. Nós dois passamos direto ignorando-os. Colocamos os bebês nas cadeirinhas.

Jus: Se importaria se fosse comigo? Tenho medo de dar algum imprevisto no meio do caminho. E você sabe que eu moro meio longe.
Você: Tudo bem, vamos.

Entrei no carro logo em seguida e Justin deu a partida. Tenho certeza que quando voltarmos os paparazzi ainda estarão ali. Depois de alguns minutos de viagem super divertida cheia de conversas e risadas, finalmente chegamos. Pegamos os bebês e o levamos.
Eu só havia deixado os bebês na casa do Justin, mas nunca havia ido no quarto dos bebês que ele disse que havia lá.

Jus: Vamos deixá-los no quarto. Minha mãe já está chegando.

Apenas assenti com a cabeça e fomos. Chegamos lá e era lindo!

<- o outro berço fica atras daquela cadeira no canto da imagem.

Deitamos os bebês nos bercinhos e logo Pattie chegou.

Pattie: (Seu nome), que saudade?

Demos um abraço apertado.

Pattie: Quanto tempo que você não vem aqui.
Você: Pois é. Eu tenho estado um pouquinho ocupada.
Pattie: Imagino, então o que vai fazer hoje?
Você: Eu tenho uma consulta médica.
Pattie: Ah, então peguei os bebês no dia certo.
Você; Pois é. -Rimos de leve- Bem eu tenho que ir agora.
Jus: Eu levo você.
Você: Tudo bem.

Entramos no carro e ele deu a partida.

Jus: É... (seu nome), preciso falar pra você uma coisa.
Você; O que?
Jus: Quando eu abri o seu armário de copos, eu encontrei isso. -Ele tirou algo do bolso e abriu, era um daqueles pinos de cocaína- Pode me explicar?
Você: Não é o que você está pensando.
Jus: Eu acho que é sim. Olha eu me importo com você ok? Querendo ou não. Você é a mãe dos meus filhos e é com você que eles vivem, então eu só te peço por favor, se você estiver usando drogas, eu não quero que meus filhos corram riscos. -Ele disse um pouco alterado.
Você: Justin, eu já disse, isso não é meu.
Jus: É de quem então?
Você: O Lil foi lá em casa hoje mais cedo e deve ter deixado isso lá.
Jus: Você tá saindo com o Lil?
Você: Não. -indignada- Ele só me visita de vez em quando. Acho que é pra ficar próximo dos filhos do parceiro dele.
Jus: Hm...

Estávamos chegando no meu condomínio.

Jus: Quer que eu já te deixe na clínica?
Você: Não.

Ele parou o carro no estacionamento e como esperado, aquele monte de paparazzi ainda estavam lá.

Jus: É...
Você; O que foi?
Jus: Que horas eu trago os bebês?
Você: Você quem sabe. Se quiser passar a noite com eles.
Jus: Tudo bem, minha mãe vai adorar.
Você: Achei que você iria querer ficar com eles.
Jus: Eu também.
Você; Eu vou indo. Tchau.
Jus: Tchau.

Saí do carro e aquele monte de flashs me rondavam. Eu já estava começando a ficar tonta. Entrei no prédio e logo em seguida no elevador. Fui para o meu apartamento e peguei o telefone. Eu ia ligar para o Lil mas logo em seguida eu pensei em algo. Como eu simplesmente tive raiva do Jake e depois eu fiquei amando ele e toda cheia de arrependimento? Eu preciso passar no médico. Liguei para a psicóloga e disse que era urgente. Ela me mandou estar lá em 2 horas.
Tomei um banho e me vesti.

Era início de Janeiro e estava nevando ainda. Peguei o meu carro e fui encontrar a psicóloga.

xXx: (seu nome) Delazeri.

Entrei.

P: Muito bem, como se sente?
Você; Confusa.
P: Como assim?
Você: Hoje de manhã... Na verdade, desde que eu tive meus filhos eu estou bem confusa. Eu estou normal, mas de repente eu fico com raiva dos bebês e depois me arrependo e volto a amá-los. É estranho.

Nós ficamos conversando por um tempo, enquanto eu explicava a minha situação.

P: Bem senhorita Delazeri, pelo que eu pude constar você terá que fazer uns exames, mas é 99% de chance de que desde o nascimento dos seus filhos, você tem bipolaridade e depressão pós-parto. Mas o que mais me intriga, é que essa depressão está muito longa. Você usa algum tipo de droga?
Você: Sim. É a única coisa que me acalma.
P: Largue-as. Nada de começar devagar e ir parando. É estado de alerta. Você tem que largá-las agora. Nosso tempo acabou.
Você: Tenha uma boa tarde.
P: Você também.

Saí de lá em prantos. Eu não conseguia acreditar. Por culpa das drogas eu posso perder os meus filhos. Se Justin descobrir na mesma hora ele irá na polícia para tomar meus bebês de mim. Não há nada que eu possa fazer. Já é tarde demais. Meus filhos realmente não merecem essa coisa que acreditam ser a mãe deles. Cheguei no meu apartamento e chutei algo. Olhei no chão e tinha uma pedra. Aquela que eu pedi para Lil trazer. Tentei me segurar mas não me aguentei. Fui até a cozinha e a fumei. Aquilo passou instantaneamente.

Algum tempo depois o efeito passou e novamente eu me encontrei em estado de choque. Eu precisava de mais. Passei correndo pelo corredor e olhei aquela portinha branca  que tinha lá. Abri e vi o quarto dos meus bebês. Me ajoelhei no chão e chorei ali mesmo. Eu não posso deixar meus filhos sofrerem os meus erros. Eles não podem pagar os meus pecados e eu estou fazendo eles fazerem isso.
Eu estava com um propósito na cabeça. Sim, aquela era a única forma de eu deixar meus bebês seguros.
Fui para o meu quarto, peguei minhas malas e coloquei minhas coisas dentro. Vou embora. Vou embora para o Brasil sem avisar ninguém. É melhor do que deixar meus filhos correrem esse risco. Terminei de fazer as minhas malas e resolvi deixar uma justificativa. Pelo menos para as pessoas, mais importantes pra mim. Peguei um caderno e algumas cartas. Fui escrevendo uma a uma. Eram 2 da manhã quando eu acabei de fazer aquilo. Peguei todas as cartas e as coloquei no correio. Entrei em um site e comprei passagens de avião para o Brasil naquela mesma madrugada. Troquei de roupa e escondi meu rosto.

Chamei um táxi e fui para o aeroporto. Cheguei lá quase na hora da partida do avião. Embarquei e quando o avião subiu eu olhei todas as luzes de Atlanta. Chorei ali mesmo. Sim, eu estava abandonando tudo. Minha carreira, minhas família, meus amigos, meus filhos... Tudo. Mas era melhor abandonar todos eles do que fazê-los sofrer por mim.

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Algumas horas depois desembarcamos no Brasil. Estava um calor do inferno então tirei aquele casaco e coloquei em uma das minhas malas.
Depois de fazer tudo eu estava fora do aeroporto, sem rumo. Olhei para ambos os lados e eu não tinha nada pra fazer. Vi uma garota encostada no canto e percebi que ela vendia drogas. Meu organismo logo se animou. Acho que eu achei algo pra fazer. Comprei 5 pedras de crack e fui para um beco. Lá eu fumei as 5 tranquilamente até que outro drogado veio tentar roubar uma das minhas malas. Eu também estava drogada e nossa briga foi uma completa loucura. De repente eu vomitei e ele conseguiu fugir com uma mala, mas eu ainda tenho duas aqui. O efeito passou e eu precisava de mais. Fui em busca de outra pessoa pra comprar mais droga. Comprei e assim fui, caminhando por uma estrada que eu sabia que não tinha volta.

Oláaaa. Tudo bem?

Então amores, pra vocês que estão falando que não estão gostando dela drogada só peço uma coisa: Não parem de ler. Vocês vão ter uma super surpresa na temporada. Beijinhos amores. =*

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