Você: Selena?
Estranho essa cena? Bem, é que já faz um tempo que nós não nos falamos e ela tem me criticado muito. Ela até falou pra imprensa que eu tinha mudado muito depois das drogas e que eu não falava com ela direito. Que eu tinha me tornado uma outra pessoa. Ela injuriou até a minha alma e falou muitas mentiras sobre mim, nunca entendi o por quê, mas também nunca imaginei que ela iria aparecer aqui no natal. Ela simplesmente se afastou de mim.
Sel: Oi, eu queria conversar com você.
Você; Claro, vem cá. -fomos até a cozinha- O que queria?
Sel: Eu queria me desculpar por tudo o que eu tenho dito.
Você; Mas por que você tem dito tudo isso?
Sel: É que meus empresários cobraram isso de mim. Eles falaram que eu tinha que fazer polêmica em cima de alguém e que eu tinha que me afastar de alguém sem dizer nada pra pessoa, porque eu precisava causar polêmica para a minha fama subir. Eu não queria, mas fui obrigada. -Ela segurava o choro.
Eu sei muito bem como é isso. Quando seu empresário fala pra você: Faça isso. Não adianta, você é obrigado a fazer. É como um namoro por mídia, não importa o quão infeliz você esteja, você é obrigado a viver aquilo e ainda por cima ficar com cara de satisfeito. Fui até ela e dei um abraço bem apertado.
Sel: Será que você se importa se eu ficar aqui com vocês? É que a minha mãe foi para a casa da minha avó e eu não tenho com quem ficar.
Você: Sel, para de besteira. Você sabe que sempre será bem-vinda aqui em casa.
Ela abriu um sorriso e nós voltamos para a sala.
Aquela noite foi realmente uma das melhores da minha vida. Todos muito unidos, as brincadeiras, palhaçadas, os meus bebês brincando com todo mundo. Não poderia ter sido mais perfeita.
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Acordei não muito disposta. Eu só queria ficar na cama o dia inteiro, mas não podia. Fui até o banheiro, fiz a minha higiene matinal e depois fui para a cozinha. Selena, meus irmãos e Susan dormiram aqui em casa também, então eu terei que caprichar no café da manhã.
Cheguei na cozinha e me encontrei com Susan.
Você: Bom dia.
Susan: Bom dia. -Virou um copo de água.
Você: Gravidez dá sede né?
Susan: Parece que eu estou no deserto, só sinto vontade de beber água, comer e dormir. -Rimos.
Você: Pois é... Vou fazer o café da manhã agora.
Susan: Quer ajuda?
Você: Claro. -Respondi dócil.
Nós resolvemos fazer o tradicional mesmo como panquecas, torradas e algumas outras coisas. Quando acabamos, o cheiro delicioso incendiava a casa. Fui até o meu quarto e depois ao meu closet e troquei de roupa. Coloquei apenas um shorts jeans, uma regata branca e desci. Emprestei uma roupa minha para Susan, já que ela não tinha roupas lá em casa, e depois para Selena também.
Todos estávamos comendo na cozinha rindo e nos divertindo quando eu ouço um grito.
Hanna: Mamãe.
Você: Já volto.
Saí da mesa as pressas e fui correndo até a escada. O meu maior medo era que ela escorregasse daquela escada e se machucasse. Ela e Jake estavam lá paradinhos e esfregando os olhinhos. Peguei um em cada braço e fui até a cozinha. Sentei eles nas cadeirinhas de bebê grandonas e todos começaram a mimar eles. A Hanna não parava de fazer gracinhas. Quando tomei um gole do suco de framboesa, meu estômago revirou e eu senti uma enorme vontade de vomitar. Saí correndo da mesa e fui pro banheiro colocando tudo para fora. Eu não conseguia parar de vomitar. Harry se ajoelhou atrás de mim e segurou minha cintura. Quando eu parei, ergui a cabeça e olhei para ele.
Harry: Você não tá bem.
Você: Estou sim, foi só um mal estar.
Harry: Acho melhor você ir no médico.
Você: Harry, é natal. Quase ninguém trabalha no natal.
Harry: E daí?
Você: Eu não preciso ir no médico. Foi só um mal estar. Já passou.
Fui até a pia e escovei os dentes. Harry ficou olhando para mim com os braços cruzados e expressão de desaprovação.
Você; O que foi? -Enxaguei a boca- Não foi nada Harry. É sério.
Harry: Não quero saber. Vai no médico não sendo nada ou sendo tudo.
Você: Harry não foi nada, não tem por quê eu ir no médico.
Harry: (seu nome), deixa de ser teimosa. Você não tem mais 16 anos, tem que entender que não é normal de repente uma pessoa começar a vomitar.
Você: Eu não preciso de lição de moral. Não foi nada.
Harry: Deixa de ser criança e teimosa. É só ir no médico e passar rapidinho. É só falar: Doutor, hoje de manhã eu vomitei de repente. Só isso.
Você; Deve ter sido porque eu comi muito ontem.
Harry: (Seu nome), eu e você sabemos muito bem que você não vomita por ter comido muito. E depois que você comeu, você tomou aquele seu remédio para a digestão que é já pra isso, pra não vomitar e nem passar mal.
Revirei os olhos e fui sair do banheiro, mas ele ficou na porta.
Você: Será que pelo menos do banheiro eu posso sair?
Harry: Só se você for no médico.
Você; Vai parar de me encher?
Harry: Vou.
Você: Então dá licença que eu preciso me trocar.
Ele deu um sorriso vitorioso e eu saí do banheiro e subi direto para o meu quarto. Me vesti e desci. Fui até a cozinha avisar o pessoal.
Você: Gente, eu vou ali no médico rapidinho. O Harry quer porque quer que eu vá achando que eu tenho alguma coisa. Vocês se importam de ficar com as crianças só uns minutinhos? Vai ser bem rápido.
Andrew: Sem problema maninha, vai lá.
Você: Obrigada.
Fui até a sala e Harry já estava me esperando com as chaves do carro na mão. Fomos até lá e ele foi dirigindo.
Você: Você vai ver, quando chegarmos lá ele vai dizer: Um leve mal estar.
Harry: Não importa, pelo menos eu vou ter certeza de que você não tem nada.
Você: por que você precisa insistir que eu tenho alguma coisa? Eu não tenho nada Harry, estou completamente normal e saudável.
Harry: Dane-se, eu quero ter certeza.
Bufei e me encostei na janela. Briga idiota né? Mas é assim mesmo, depois que casa qualquer coisinha vira motivo de briga, mas depois você para e pensa: Estamos mesmo brigando por isso? E então começamos a rir, é muito bom. Chegamos no hospital e Harry foi fazer a coisa toda. Logo fomos para a sala de espera e ficamos uns minutos lá.
Dr: (Seu nome) Delazeri.
Nós dois levantamos e fomos. Entramos e sentamos.
Dr: O que acontece Srta. Delazeri?
Você; Nada demais.
Harry: Ela vomitou hoje de manhã. Foi muito estranho porque ela não comeu muito ontem, e o pouquinho a mais ela ainda tomou um remédio para digestão. Achei muito estranho esse vomito repentino dela.
Dr: Ainda bem que a trouxe, pode ser algo grave.
Harry me olhou com cara de: Eu te avisei.
Dr: Vou te mandar para o exame de sangue urgente, isso pode não ser boa coisa, então temos que descobrir rápido.
Ele escreveu em uns papeis e deu na nossa mão. Eu e Harry fomos até a ala de exames de sangue e então mal chegamos e chamaram o meu nome. Entrei e eles fizeram aquela tortura toda de amarrar o seu braço com um elástico e fazer você apertar o braço, depois aquele ferro da grossura de uma tora de madeira entra na sua veia e pega todo o seu sangue. Eles fizeram isso comigo e então eu fui liberada.
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Dr: Muito bem, pelo que eu vejo não foi nada grave...
Você: Tá vendo, desnecessária a nossa vinda aqui.
Dr: Pelo contrário, vocês vão ser papais.
Meu queixo caiu no chão e Harry parou de respirar. Isso não pode estar acontecendo. As informações demoraram um tanto de tempo para serem processadas na minha cabeça e então eu olhei para Harry. A sua única reação foi abrir um sorriso enorme.
Harry: Eu vou ser... pai?!
Dr: Sim.
Harry: Muito obrigado Doutor.
Ele levantou e praticamente me puxou pela mão. Fomos andando até o carro e ele ainda estava com um sorriso sem expressão.
Você: O que foi Harry?
Harry: È a melhor notícia do mundo. Eu vou ser pai!
Ele foi até em casa repetindo a mesma frase. Chegamos lá, ele nem guardou o carro, deixou ele lá na frente e entrou correndo. Fui atrás dele com medo do que ele poderia fazer. Quando entramos na sala todos estavam com olhos arregalados.
Harry: EU VOU SER PAI.
Todos começaram a gritar, aplaudir e fazer a maior festa. Então começaram a passar a mão na minha barriga, Jake até pulou no meu colo e deu um beijinho nela, mas eu percebi que Hanna estava longe. Ela é esperta demais pra idade dela. Fui até aquela pequenininha e a enrolei em meus braços.
Você: O que foi pequena?
Hanna: Hanna no moia com a mamãe e com o papai, putê ele pode? -apontou pra minha barriga.
Você: Porque o seu papai, gosta da Demi, e eu gosto do Harry.
Hanna: Mas eu queiia minha mamãe e meu papai juntos. Putê eu não posso?
Você: Meu bebê, você é muito pequena. Você só tem 2 anos, nem deveria estar perguntando essas coisas.
Hanna: Mas mamãe, eu queio ver o meu papai.
Você: Eu te levo lá hoje.
Hanna: Mas eu queio que o Jake vai no.
Você: Por que?
Hanna: Putê eu queio o papai só pa eu.
Você: Não pode pensar assim. O Justin é papai do Jake também.
Hanna: Ta bom.
Ela saiu dos meus braços e foi para a escada e começou a subir para o quarto dela. Não acredito como ela pode entender as coisas assim, tão pequenininha. Ela é tão pequena e já pensa tão grande. Ela é uma mini-adulta. Ela consegue entender e perceber coisas que eu, Harry, Justin e todos mais tentamos esconder. As vezes eu tenho um pouco de medo pelo fato dela ser tão "evoluída" assim. Subi em seguida atrás dela e ela estava colocando algumas roupinhas na mochila. Fui até o banheiro, enchi a banheira dela e depois voltei para pegá-la. Tirei toda a roupinha dela e brinquei com ela, mas ela fazia de tudo para ficar séria. Achei estranho mas mesmo assim dei banho e a arrumei todinha.
Você: Nossa, que gatinha!
Hanna: Bigada.
Ela fechou a cara e começou a mexer nas coisas da bolsinha. Ela está tão estranha. Peguei meu celular e liguei para Justin. Fui para o meu quarto pra ela não saber com quem eu estava falando.
Jus: Oi (seu nome).
Você: Justin, tudo bem?
Jus; Sim, e você?
Você: Tudo ótimo. Então, a Hanna está teimando falando que quer ir pra sua casa, posso mandá-la?
Jus: Claro. Mas e o Jake?
Você: Vou ver agora, mas eu acho muito dificil.
Jus: Por que?
Você: Ele agora se juntou com o Andrew e com o Logan e estão jogando videogame.
Jus: Ah -começou a rir-, então tudo bem. Pode mandar a minha princesinha sim. Quer que eu vá buscá-la?
Você: Não precisa, eu mesmo a levo.
Jus: Tudo bem.
Você: Em 20 minutos estou aí.
Voltei para o quarto de Hanna e a peguei no colo. Como eu já imaginava, Jake não quis ir. Coloquei Hanna na cadeirinha e depois fui dirigindo. Não falei pra Harry porque ele iria querer ir também e eu não estava muito afim de papo, aquela história da minha filha muito estranha estava me intrigando.
Chegamos na casa de Justin e logo o vi abrindo a porta. Hanna abriu um sorriso imenso e eu não pude deixar de sorrir com ela. Desci do carro e logo a tirei. Justin veio até nós e pegou ela.
Jus: Haa minha princesinha, achei que não vinha mais. Demorou muito.
Hanna: claio que eu venho papai, eu te amo. -Deu um abraço e um beijo bem apertado nele- Tchau mamãe.
Justin enrugou a testa e franziu o cenho.
Jus: Hanna, vai lá dentro, a vovó está na sala, Jazmyn e Jaxon acordam daqui a pouco.
Hanna: Ta bem.
Ele a colocou no chão e ela saiu correndo.
Jus: Por que ela se despediu de você tão rápido?
Você: Isso que eu achei estranho. Ela ficou mal quando soube que eu... Que eu estou grávida. Eu soube há mais ou menos 1 hora também. Ela ficou me perguntando coisas como: Por que o bebê pode morar com o pai e com a mãe e ela não, e ela ainda disse que não queria que Jake viesse.
Jus: Isso é muito estranho, eu vou falar com ela.
Você: Por favor. Ela ficou muito estranha de repente.
Jus: Tudo bem.
Você: Tenho que ir agora, aquele pessoal todo vai destruir a minha casa -nós rimos- até mais.
Jus: Até.
Ele acenou e eu acenei de volta. Entrei no carro e fui pra casa.